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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Sociologia jurídica- Aula 3 e 4


Karl  Marx- 



• Obras: A ideologia alemã, Miséria da filosofia, Para a crítica da economia política, O capital, o manifesto do partido comunista



II) Materialismo histórico e dialético
• Teoria que visa superar o idealismo hegeliano
• Busca uma análise da vida social
• Materialismo histórico. “Segundo Marx, as condições materiais vigentes na sociedade é que determinavam nosso pensamento e nossa consciência. Ele dizia que não eram os pressupostos espirituais que levavam a modificações materiais, mas exatamente o oposto: as condições materiais é que determinariam, em última estância, as espirituais, sendo decisivas para a evolução da História. Sua posição materialista pressupõe que a existência precede a consciência” .
• “O conceito de materialismo histórico vem em primeiro lugar: recusando a determinação mecânica do econômico sobre o social, propõe um tratamento específico da questão da dominação na sociedade, evidenciando a luta de classes como motor de todas as transformações sociais, atribuindo aos homens organizados o poder de condução da sociedade e apontando o socialismo como fase de transição dentre o capitalismo e o comunismo, tempo no qual a sociedade já não seria organizada com base em classes sociais, fato que eliminaria os conflitos sociais e ensejaria o fim da história” .
• Materialismo dialético. Marx utiliza-se dos conceitos de dialética de Hegel, que entendia que para se conhecer era preciso estabelecer uma tese e uma antítese que levaria em uma nova tese. Marx utiliza desse conceito de dialética de Hegel, porém não nos mesmos termos. Para Marx a contradição existente no próprio sistema não se resolvem por elas mesmas, pois é preciso da ação dos homens.
• “Ao estabelecer sua hegemonia, dado sistema social engendra dentro de si as contradições que ensejarão o processo que levará a sua derrocada posterior. O pressuposto marxista é de que as sociedades evoluem pela oposição sistemática entre seus pólos opostos. O sistema social hegemônico que se estabeleceu torna-se uma tese que gera dentro de si uma antítese. Do choque dialético entre esses dois pólos sobrevém uma nova situação histórica, uma síntese, que ainda carrega em si elementos do velho (tese) e do novo (antítese), que se instala, por sua vez, como tese novamente, dando curso ao processo histórico. Essa definição filosófica levou Marx a concepção que via nessa luta de opostos, que ele denominou de luta de classes, o motor da História, nos sucessivos embates entre modos de produção distintos, o fio condutor dos processos de mudança social” .
• “A aplicação do materialismo dialético aos fenômenos sociais teve o mérito de fundar uma teoria científica de inegável alcance explicativo: o materialismo histórico. Eles haviam chegado à conclusão de que seria necessário situar o estudo da sociedade a partir de sua base material. Tal constatação implicava que a investigação de qualquer fenômeno social deveria partir da estrutura econômica da sociedade, que a cada época constituía a verdadeira base da história humana” .



III) Ideologia
• Ideologia é um dos conceitos que foi reinterpretado por outros autores marxistas e que muitas vezes difere do entendimento marxiano sobre o tema. Marxistas são aqueles que utilizam de conceitos de Marx e marxianos é um termo utilizado quando quer se referir aos próprios conceitos de Marx.
• Para Marx o mundo não se apresentava como realmente era, pois a exploração e a luta de classes muitas vezes eram encobertas. Assim os antagonismos inerentes as classes sociais se apresentava de uma forma abrandada.
• O que os homens recebiam como imagem do mundo, não era o próprio mundo. Há uma falsa imagem que é tida como verdadeira. A imagem recebida não é a do objeto, por isso Marx fala da realidade de cabeça para baixo. Esse conjunto de idéias que fazem com que os homens tenham uma visão distorcida da sociedade em que vivem e consequentemente da exploração e da luta de classes é entendido por Marx como ideologia.
• Como o trabalhador recebe a imagem do mundo de cabeça para baixo por meio da ideologia, ele não tem consciência da realidade e com isso não pode mudar sua condição de explorado. A ideologia apresenta as idéias dominantes da classe burguesa.
• Idéia da inversão da realidade. Essa idéia de Marx vem de seu entendimento sobre o processo de conhecimento. Para Marx um objeto não era conhecido imediatamente e em seu todo. Era necessária uma abordagem de sucessivas aproximações do objeto para se conhecê-lo.


IV) Alienação
• Baseado no conceito de alienação de Feuerbach que entendia que a alienação do homem ocorria pela religião, que era criada pelo homem, porém entendida como algo além do homem e apartado deste.
• A palavra alienação:
o idéia de tornar-se estranho a si mesmo
o não reconhecer-se em suas obras, desprender-se
o distanciar-se
o perder o controle
• Esse conceito de Marx pode ser levado para diversos campos, porém foi pensado por Marx para descrever o estado do trabalhador no capitalismo, em que o separava dos meios de produção e dos frutos de seu trabalho
• A alienação também pode ser pensada em termos políticos, em que os homens através do voto, estabelecem representantes para os governos, e não atuam mais diretamente na vida política
• “ (...) refere-se a condição vivida pelo trabalhador assalariado na sociedade capitalista, um vez que nela ele perde a posse de sua força de trabalho, que passa a ser uma mercadoria como outro qualquer, vendida no mercado conforme as leis variáveis de oferta e da procura. Ao vender sua força em troca de salário, ele se aliena em relação ao seu trabalho e é alienado por ele, ao mesmo tempo, o que ocasiona outra alienação a si mesmo (...)”.


V) Modo de produção
• Estrutura da sociedade reflete a forma como os homens organizaram ao longo da história sua produção social de bens.
• Produção social engloba forças produtivas e relações de produção. Forças produtivas são as condições materiais para o desenvolvimento da produção, como os instrumentos, objetos e o homem (principal elemento das forças produtivas, que faz a ligação dos instrumentos e objetos)
• “Cada forma de organização das forças produtivas corresponde uma determinada forma de relação de produção” .
• “Relações de produção são as formas pelos quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva” . São relações produção: relações cooperativistas, escravistas, servis e capitalistas.
• “Forças produtivas e relações de produção são condições naturais e históricas de toda atividade produtiva que ocorre em sociedade. A forma pela qual ambas existem e são reproduzidas numa determinada sociedade constitui o que Marx chamou de modo de produção” .
• Marx apresenta os seguintes modos de produção: sistema comunal primitivo, modo de produção asiático, modo de produção antigo, modo de produção asiático, modo de produção germânico, modo de produção feudal, modo de produção capitalista


VI) Classes sociais
• Para Marx não há entre os homens uma situação de igualdade, como pregava o liberalismo. Isso porque há desigualdades reais entre os homens, que decorrem de seu posicionamento nas relações de produção da sociedade. Os homens poderiam ser detentores dos meios de produção, capitalistas, ou ser aqueles que vendem sua força de trabalho, trabalhadores/proletários.
• Os trabalhadores não possuem os meios de produção, pois não possuem propriedades. A única propriedade que os trabalhadores possuem é sua prole (filhos), por isso a palavra proletariado.
• Os homens podem ser entendidos, portanto através de sua posição, situação de classe. A classe não é apenas uma categoria hierárquica, uma vez que determina a existência e a consciência do indivíduo.
• Marx entende que a história do homem é a história da luta de classes
• Há antagonismos e oposições entre as classes sociais. Segundo Marx, a luta de classes não é algo que existiu somente no capitalismo, mas desde a invenção da propriedade.
• A divisão entre as classes permite pensar em uma relação de exploração por parte do capitalista sob seus trabalhadores. Porém, somente na classe dos trabalhadores é possível uma consciência de classe que permite a chegar a revolução que gera a emancipação do proletariado.


VII) Bibliografia:

COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1997.
FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia: dos clássicos à sociedade de informação. 2ed, 6 reimpr. São Paulo: Atlas, 2007.
MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia. Coleção Primeiros Passos. 38 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
MARX, Carl. O manifesto comunista
_____. A ideologia alemã.

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